domingo, 11 de janeiro de 2009

Retrato IX

Ele estava sentado no ônibus sem ninguém perto. Se algum desavisado mirasse seus olhos, veria uma grande sorte de fugas, dores e desatinos. Mulheres que nadaram em seus braços e logo foram abandonadas. Famílias sem seus bens, desaparecidos por entre janelas. Do outro lado da pista está engarrafado. Mas tudo parece livre e possível para ele, que acaba de descer do ônibus. Na mão direita um pequeno papel com uma sequência de números, onde está - ele sorri - uma saída para a felicidade.

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